Só morre de amor quem ama demais, por isso, hoje, não amo
demais nem de menos, apenas amo, já é o bastante.
Amar demais e veneno, entra na pele pelos poros e nos faz
perder os sentidos, a razão. Amar demais é se autodestruir, é como uma bomba-relógio,
uma carta anônima de um espião, com contagem regressiva e tudo!
Amar de menos nos deixa ressequidos até os ossos, é suportar
a rotina tirana, horas intermináveis... passar os dias a procura de motivos
para pintar o céu com mais azul, mas sempre se deparar com as tardes gris.
Tudo demais vira vício, aprisiona, forma redomas sem vidros,
sem muros. O que é bom, quando de menos, faz falta, nos entristece, deixa
aquele vazio tão grande que nada é capaz de preencher.
Bom mesmo é amar por amor, verdadeiramente, sem desculpas,
sem culpas, sem dependência, amar livremente, pela companhia, pelo afeto, pelo
carinho demorado.
Aí sim, a prisão se dará normalmente, sem traumas ou
estresse, ser cativo pela própria vontade, é sentir falta daquele cheiro específico,
daquelas manias loucas, daquele riso alto, daquele olhar que entrega segredos,
do modo de falar, do jeito meio largado de se vestir, sentir vontade de ligar, mesmo
que seja para falar besteira ou apenas para saber como foi o dia, de ter por
perto, sentir saudade...
Malu Aguiar