quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Carta de um suicida

Parto deixando
Toda dor
Toda mágoa e desamor
Que um dia habitou em mim
Deixo as sobras de sorriso e esperança
Que, infelizmente
Não foram suficientes
Para nutrir minha existência tão faminta
De coisas que não se compra
Que só temos se for por doação
Deixo as horas frias
As lágrimas encobertas
Pelos cobertores
Ouvintes das madrugadas
Parto com o desejo de que fiques bem
Sem remorsos, sem dor, sem culpas...
Pois nada disse é por você
É culpa do destino
Eterno brincante
Mago Arcano cheio de encantamentos
Truques
Que cegam os olhos de seres frágeis
Que se alimentam de esperança e boa-fé
Começo a sentir o vazio do fim das horas
Um medo ansioso pela libertação
Pois só ela
Tem um antídoto
Para curar o coração...


Malu Aguiar

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