sábado, 13 de abril de 2013

Estranho conhecido

Sentada da minha mesa eu vejo
Tantos copos cheios
Corações vazios
E expressões simuladas
A alegria fugaz dos bêbados
Que acaba quando chega a madrugada
Na volta para casa
Sozinha
Os pensamentos já não cabem na cabeça
Querem sair
Gritar
Explodir
Caminha solitária
Lembrando dos risos
Como se pertencessem a um passado distante
Caminha apressada
Deseja chegar o mais rápido possível
Sua casa é seu refúgio
Seu porto seguro, inviolável
Mal sabe ela que o estranho entrou sem ela perceber
Olha pela janela do apartamento
Não sabe se grita
Ou se pula
Para afastar o seu estranho tão conhecido
Desce
Deita
Acalma-se
Dorme
A espera do próximo final de semana
E o reencontro com o seu estranho interior.

Malu Aguiar

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